Penso, logo escrevo!: Aprendendo a lidar com a vida!

Aprendendo a lidar com a vida!

É tão difícil quando gostamos de alguém e essa pessoa precisa partir, para outra cidade, país, escola, etc. Despedidas doem não somente o coração, mas a mente ao lembrar de tudo que você não terá de novo com aquela pessoa. Mas quando ela se parte de vez, essa dor é duplicada, e inexplicada. Só quem já perdeu alguém bem próximo sabe entende-la. Hoje tive a oportunidade de conhecer a história de vida do Pablo Diego, com perguntas, fotos e reflexões. Confesso o quão comovida fiquei ao conhecer sua historia melhor. E ele nos ajudara a refletir no modo em que estamos convivendo com nossos familiares, e também a aproveitarmos o máximo as pessoas que estão ao nosso lado.
Pablo e sua mãe ao lado esquerdo. Pablo e sua avó ao lado direito.
Pablo morava com sua mãe na capital de São Paulo, seu pai os abandonara quando ele nasceu, então, sua avó morava junto com os dois. Ele cresceu com duas mulheres que o amava muito, e conseguia suprir a falta de um pai que não teve. Pablo teve um irmão quando sua mãe casou novamente, e segundo ele, se davam muito bem.
 A partir dai, sua mãe teve algumas complicações em sua saúde, descobrindo que havia câncer de mama.. Perguntei a ele se ele lembra dos momentos que eles tinham juntos nessa época: "Eu acompanhava ela até o hospital, nas consultas médicas. Lembro da gente andando de metro, ônibus, e passeando no calçadão de São Paulo", ele disse recordando de seus momentos com a mãe. Ao passar do tempo, o câncer dela foi se espalhando pelo corpo, e ela passou a ter câncer nos ossos, no pulmão, na bexiga, agravando seu estado cada vez mais. Ele disse que uma vez quando foi visita-la no hospital, ela estava muito feliz, e no outro dia, quando chegou novamente viu vários parentes chorando no corredor, e soube que ela estava sedada, quando chegou no quarto, ela estava quase dormindo: "Ela mal conseguia abrir o olho, mas ainda sim, conseguiu me ver, e disse bem baixinho quase sem voz, o meu nome". E depois de quatro anos lutando contra o câncer, essa foi a ultima vez em que Pablo viu a sua mãe. Após a morte dela, seu padrasto foi embora para o Piauí levando seu irmão para longe dele, ele disse que não quis ir junto pois ele e seu padrasto nunca se deram bem.
Sendo assim, começou a morar com sua avó novamente, ele sempre se deu bem com ela e também lembra de momentos ao seu lado: "Íamos para a igreja, para o mercado, passiavamos juntos." Ele relatou que sua vó também sempre teve complicações na saúde, já teve tumor no útero, problemas de digestão, até que encontraram um câncer na bexiga avançado, e sua vó já estava em uma condição difícil. Vindo a falecer em 2010. Ele disse que foi muito mais difícil perde-la, e que ele sabia que um dia perderia sua avó, mas não imaginava que seria tão rápido. Depois que ela morreu, ele sentiu um vazio em sua vida, pois estava sem as três pessoas fundamentais para ele:" Minha mãe, meu irmão e minha vó".


É uma história difícil, afirmou que não tem mais aquela relação mãe e filho, avó e neto. Nos dia das mães e pais não é a mesma coisa. "Em todos os meus aniversários, eu imagino o quanto elas estariam feliz junto comigo.", mas Pablo garantiu que isso o ajudou a amadurecer. Disse que ao passar do tempo ele aceitou a perda delas, mas que isso fará falta para o resto de sua vida: "É algo que não volta, que não terá igual, não adianta alguem dizer que sera minha mãe e meu pai, pois não sera a mesma coisa.", ele disse. Perguntei ao Pablo se seria diferente se elas estivessem com ele hoje, e como seria a relação deles. Ele afirmou que tudo seria diferente, que iriam sair juntos e fazer varias coisas.
O tempo foi passando e Pablo não se tornou vitima das coisas negativas em sua vida, como ele diz, ele transforma as coisas ruins para coisas positivas. E relatou para mim que uma professora dele disse algo que ele nunca esquecerá, "nada pode ser tão ruim que não possa piorar". Portanto, isso o fortalece e o faz seguir em frente. Ele afirma que uma pessoa que perde alguém especial não tem que esquecer a pessoa para conseguir viver e sim aprender a conviver com isso, e foi isso que ele fez. Segundo ele, não podemos esquecer nosso passado para começar do zero. Tudo que ele viveu fez ele se tornar quem é hoje, e ele sente muita maturidade devido as circunstancias enfrentadas, então em tudo que faz, ele pensa o que é melhor para ele. Pablo diz que para conseguir fazer as escolhas certas ele se pergunta: O que sera que minha mãe ia achar disso? E toda vez que ele pensa nisso ele vê que ele está fazendo o que ele realmente quer.
Pedi ao Pablo para dar um recado para aquelas pessoas que tem pais ou familiares com saúde e não os valorizam: "Aproveitem o máximo, pois nada é eterno, independente dos problemas que exista na sua família, tentem procurar uma solução." disse ele.
Pablo também disse que as pessoas que tiveram perdas recentemente, devem aceitar pois um dia todos nós morreremos, querendo ou não, temos que aprender a lidar com isso. E temos que procurar imaginar que aquelas pessoas estão bem, e que tudo acontece por uma razão. "Pensa assim: se minha mãe tivesse aqui, ela estaria feliz? Minha mãe apoiaria o que estou fazendo?" disse Pablo dando dica de como pode fazer a pessoa que não tem mais alguem presente.
Pablo tem apoio de seus tios que o acolheram grandemente, de outros parente, e de grandes amigos que notam o quanto ele é forte, e encanta a todos com seu jeito.
Uma grande lição para aqueles que estão desanimados, toda circunstancia que surgir em nossa vida, nos tornará mais forte, para seguir em frente e tomar as decisões corretas.
"Eu vivo em torno de algo que minha mãe me disse um dia: Siga todos os seus sonhos". Pablo finalizou com um sorriso no rosto.










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